quinta-feira, 31 de março de 2011

ACORDO CONTAMINADO, (DES)ACORDADO E REJEITADO!

Estou cansado…
Do português maltratado!
Deste Acordo Ortografado…
Ou Aborto Avariado…
Como mais um triste fado...
De um Camões abandonado...
Um Cesário desfasado...
Num Pessoa arrepiado...
Ou um Eça desalmado!
E sentado…
Sinto-me angustiado…
Com tanto escrever errado…
Num país com tal passado.
É mau-olhado!
Só assim justificado…
Este Estado avariado…
E a Cultura noutro lado...
Com sentido inanimado!
E fico desconsolado…
Consoantes sem cuidado?
Nada é mudo. Mas mudado!
Sem que haja resultado…
Ou algo justificado.
Contrariado…
Não aceito! E revoltado…
Grito ao mundo, abalado…
Que para mim está apagado…
O escrever contaminado…
Sem qualquer significado.
E eu não serei apanhado…
Neste assombroso pecado!

Alex M

9 comentários:

Ferreira, M.S. disse...

Pois é, e não és o único nesse estado.
Um abraço, meu caro!

Alex M disse...

Felizmente somos muitos os que não engolem este sapo, caro Ferreira.
Grande abraço!

Ferreira, M.S. disse...

Somos muitos mas sem poder de decisão - aí reside o imbróglio da questão...

Alex M disse...

Decidimos ser contra e não pactuar com tal afronta. Somos livres de o fazer.
Já que por tal não seremos incriminados.
(Ó ironia a minha!)

Lídia Borges disse...

Pois é! Muito ritmo, aliteração musicalidade...

Quanto ao resto
Que dizer?
Podemos reclamar
Mas acabaremos por ceder.


L.B.

Alex M disse...

Reclamarei.
Enfrentarei.
Confrontarei.
Nunca pactuarei nem desistirei.
E vou pedir desculpa mas nem mesmo assim cederei.

Anónimo disse...

Nenhum dos autores que cita escrevia da forma como escrevemos hoje. O Pessoa era aliás contra a forma como escrevemos hoje. Pense nisso.

Alex M disse...

Ninguém escreve como em outras épocas!
São tempos diferentes!
Se não entende ou aceita culturalmente o que quero transmitir está no seu direito.
A liberdade de opinião e interpretação é um dado adquirido nos dias que correm.
Não aceito este (Des)Acordo e considero-o uma afronta Histórica, Cultural e Linguística a um país com tamanha herança literária.
Cito António Emiliano:
«...o absurdo de ter de se mostrar o desastre que é o Acordo Ortográfico, o absurdo de ter de se escrever artigos e livros sobre o desastre, em suma, o absurdo de se ter de “explicar o inexplicável"....»
Pense nisso.
Mesmo no seu anonimato...

Luna Blanca disse...

Poetas, não se intitulam apenas poetas...
São seres estranhos, diferentes.
Possuidores de melancolia pungente
Nascem com o dom das palavras

A maldição do sentir extremado
Do sofrer demasiado
Do viver o sonho de amor
Com lancinante e extrema dor

Não sabem amar suave e sereno
Amam com todo o âmago, ao extremo.
Dedicam-se assim, por dias, noites,
Meses e anos sem fim

Mas como a vida é feita de escolhas
E na indiferença, na troca, sentem o desamor,
Mesmo compondo os mais belos versos
Inspirados que estão em seu espírito sofredor

Optam por parar de querer,
O que jamais poderão ter.
E como suas almas são predestinadas,
A escrever, escrever e mais nada,

Buscam nova inspiração,
Novas rimas, outra canção.
O poder do amor, um novo alguém,
Uma nova jornada!