quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

APARIÇÃO

Alimento desmedido…
Negro ou sobrenatural…
Das sombras aparecido…
Longe de um acto normal…
Ausência de um colorir…
Num arrepio forçado…
Uma névoa vem cobrir…
Um grito contaminado…
Ares de aparição…
Como surgindo do nada…
No meio da escuridão…
Tal qual uma alma penada…
E de repente desperto…
Sem saber o que pensar…
Faço o que acho certo…
E paro de inventar…!

Alex M

PEQUENO MUNDO

Volto ao passado…
Vejo-me brincar…
Num canto, sentado…
Como a recordar…
Aquele menino…
Que outrora sonhava…
Com um tal destino…
Que não procurava…
Doces ilusões…
Encantos imensos…
De outras emoções…
Em risos intensos…
Qualquer fantasia…
Na palma da mão…
Alegrava o dia…
Sem haver razão…
Valiam os sonhos…
O acreditar…
Nos mundos risonhos…
Onde ia parar…

Alex M

SÜß…

Tal como o amanhecer…
A cada raio de luz…
Acordar para te ver…
É algo que me seduz…
Um sorrir que me fascina…
O despertar desejado…
A vontade cristalina…
De outro dia…
Ao teu lado!
Sentir nos lábios…
A vida!
Num arrepio constante…
Como se fosse a partida…
Para um sonho incessante…
E perco-me nos teus braços…
Num olhar que me conquista
E preenches os espaços…
Sem que nada te resista…
Entrego-me ao teu ser…
Tal qual uma fantasia…
Para poder renascer…
Como se fosse Magia…!

Alex M

IMAGINARIUM

Gostava de imaginar…
Histórias e Invenções…
Para poder partilhar…
Todas estas emoções…
Ser um Livro de Papel…
Ou um Chapéu Voador…
Sentir na Tela, o Pincel…
O Mar, no Adamastor…
E libertar-me de mim…
Na leveza do sentir…
Por caminhos…
Sem ter fim…
Em Mundos…
Por definir…
Iluminar Fantasias…
Abrir Cofres de Piratas…
E tantas outras Magias…
Onde não existem datas…

Alex M

domingo, 19 de dezembro de 2010

EXTERIORMENTE INTERIOR...

Sinto-me calmo…
Assim!
Rigorosamente calmo…
Como num encantamento…
Ou pôr-do-sol ao relento...
Sinto-me leve…
Sim!
Estranhamente leve…
Qual pena em movimento…
Embalada pelo vento…
Sinto-me lúcido…
Enfim!
Abrangentemente lúcido…
Sem cair no esquecimento…
Ou qualquer ressentimento…
E no entanto…
Estou triste…
Por fim!
Angustiadamente triste…
Como se fosse um lamento…
De quem perde um momento…
Infinitamente...

Alex M

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VOCABULÁRIO

Há palavras que se dizem...
Outras há...
Que só se escutam...
Algumas que contradizem...
Aquelas que não resultam...
E em tanto palavrear...
Ou maneiras de o fazer...
Qualquer coisa para falar...
Fica sempre...
Por dizer...!

Alex M

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

UM SIMPLES BEIJO

O teu Beijo...
Qual noção do Infinito...
Faz-me levantar do fundo...
Tem o muito em que acredito...
É a minha mão, no Mundo...

Alex M

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DEMÊNCIA

Um olhar no vazio…
A cabeça perdida…
Corpo em arrepio…
Da mágoa sentida…
E mãos que procuram…
Tentar perceber…
O que não seguram…
E que hão-de fazer…
Sorriso apagado…
Na face sombria…
Lamenta-se um fado…
De mente vazia…
Afasta-se a alma…
A cada segundo…
E apaga-se a calma…
Num grito profundo…
São passos sem rumo…
Num caminho vão…
Perdidos no fumo…
Que busca a razão…
E apagas da voz…
O teu sentimento…
De momentos sós…
Com o teu lamento…
Recordas segredos…
Lembras o sonhar…
Enfrentando medos…
Para não chorar…
Nas voltas que dás…
Tentas perceber…
Se olhas para trás…
Ou tens de aprender…!

Alex M

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EBULIÇÃO

Céu cinzento, enfurecido…
Negros ares, acompanham…
Um sentir adormecido…
Sem que as palavras venham…
E estremece o pensar…
E arrefece o existir…
Que se faz avaliar…
E se deixa iludir…
Aquecendo tal ardor…
A raiva que te perturba…
E soltas de ti a dor…
Na qual a visão se turva…
Por acesas reacções…
Tempestades vagarosas…
De cálidas ebulições…
Nas mentes pecaminosas…!

Alex M

PRESSENTIMENTO

E sentes que a noite cai
E o sono que não avança
Mais um cigarro que sai
Para te manter a esperança
Deitas as mãos à cabeça
E perguntas-te porquê
Ou esperas que apareça
E depois logo se vê
Soltam-se vozes de fundo
Perguntas sem solução
Conheces um novo mundo
Que se te escapa da mão
E descobres por momentos
Sem saber qual a verdade
Que surgem novos lamentos
E perdeste a liberdade
Que controlo encontrarás
Sem nada poder fazer
E perguntas onde estás
Ou o que podes dizer
É a tua voz que cala
O sentido da razão
E escolhes perder a fala
E só ter opinião
Acabas com as promessas
E esqueces as desgraças
Para te virares às avessas
E calar as ameaças
Pressentes que o futuro
Seja o que estará por vir
E não há lugar seguro
Para o que possa surgir
Esperas cada segundo
Em determinada altura
E guardas de ti, bem fundo
O saber desta aventura
E reconheces por graça
Que valem todos os lemas
Se já tens a carapaça
Só te faltam as algemas!

Alex M

domingo, 12 de dezembro de 2010

BEIJO

E cá estou eu...
De novo!
Na ausência dos teus braços...
Na imensa fome dos teus sorrisos...
Na escuridão da falta dos teus beijos...
Ilumina-me...
Sim...
Por favor!
Volta atrás!
Sim...
Volta!
E beija-me com a força de um amanhecer!
Como se a cada momento, um novo dia recomeçasse!
Meu eterno raio de sol...

Alex M

HÁ VISTA AO LONGE...

E chega um dia…
Em que te deitas cansado…
Exausto…
Em que fechas os olhos…
E tentas dormir!
O teu corpo descansa!
Mas a tua mente...
Sobressaltada!
Apenas consegue fazê-lo...
Por alguns momentos…
É então que acordas!
Olhas em teu redor...
E descobres que não tens nada!
Tudo à tua volta...
Não te pertence!
O que vês…
O que tocas…
O que sentes…
Nada está ao teu alcance!
Estás sozinho…
Isolado…
Impotente!
Mas sabes que um dia…
Seja como for…
Tudo vai mudar!
E Tu…
Vais voltar a ser Tu!
Bem longe do local...
Onde se instalou a tua mente!
Seja quando for…

Alex M

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

EMBALAR…

E se me elevo da mente…
Encontro-me no meu ser…
E liberto, consciente…
A essência de viver…
Revejo o meu sentir…
De visita ao acordar…
Onde elevo o persistir…
E aceito o desejar…
Mergulho na solidão…
Navego um anoitecer…
No qual busco a emoção…
De um novo amanhecer…
Embalado neste encanto…
Adormeço os sentidos…
Na revelação sem pranto…
De caminhos percorridos…

Alex M

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DA JANELA (Do comboio…)

Por montanhas e paisagens…
Da janela, avistadas…
Guardo sonhos de imagens…
Que me estavam reservadas…
E no silêncio me sento…
Visitando outros lugares…
Como que estando sedento…
Da vida, dos meus olhares…
Há nas luzes reflectidas…
Nos lugares onde passo…
Breves histórias coloridas…
Desenhadas sem compasso…
Fico na sombra, calado…
Reservando a minha mente…
A este espaço animado…
Que abandono, lentamente…

Alex M